Coisas novas e do baú para quem curte e curtiu o som do grupo de SC

segunda-feira, 28 de maio de 2007

CERTOS AMIGOS


( Daniel Lucena )


G D Em Em7

Quando esse trem de alegria vara a vida da gente

C G/B Am7 C/D

Sempre que a estação mais perto é o nosso coração

G D Em Em7

Difícil se saber na hora o que a gente sente

C G/B Am7

Se certos amigos nos mostram que o mundo ainda é bom

C/D

Por saber,

G D Em Em7


Que tendo você do meu lado me sinto mais forte

C G/B Am7 C/D

Quero beijar o teu rosto e pegar tua mão

G D Em Em7

Se cada estrela no céu é um amigo na terra

C G/B Am7

A força do acaso do encontro é uma constelação

C/D

Lumiar,


G D Em

De que planeta você é?

Em7 C G/B Am7 C/D

Eu faço o que você quiser em troca do teu amor

G D Em Em7 C G/B

Posso te dar o que eu sou, amigo é um cobertor

Am7 C/D

Bordado de estrelas - de estrelas.

G D Em Em7

Constelação, nave louca

C G/B Am7 C/D G

A vida é pouca e o que vale é se querer





Veja o video de 'Certos Amigos' ( na versão ainda Demo )
http://www.youtube.com/watch?v=MHB1YpB3U0U

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Fotos Num Vagão - 1983




Quem é de Floripa vai lembrar desse bar que embalou as várias noites da cidade. o VAGÃO!

Quer coisa mais sui generis? Eram dois vagoes de trem na diagonal. Dentro, as mesinhas apertadíssimas davam para as janelas. Um corredor que mal passava um garçom vivia atualhado de gente. Os banheiros do lado de fora pareciam uma coisa do outro mundo. Não havia calçada. A entrada era chão batido mesmo. Muita gente já caiu bêbada por ali.

Mesmo assim dá uma saudade danada desse barzinho. Hoje não existe mais. Sabe se lá o que houve com o comboio.

Foi nesse lugar que o Expresso então Rural tirou umas fotos de divulgação, na época pré Márcio. Contando ainda com o Serginho e o Tayrone nas flautas.

Claro! Expresso e Vagão tem tudo a ver.

Bons tempos aqueles.

Veja o video de Certos Amigos
http://www.youtube.com/watch?v=MHB1YpB3U0U

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Márcio




De início o Expresso ( ainda Rural ) não tinha tecladista. Quando havia algum piano no palco a linha de frente se revezava para tocar uma ou outra música com elei.
Na proximidade da gravação do primeiro disco, ‘Nas Manhãs do Sul do Mundo’, um tecladista tornou-se fundamental. Foi então que o Volnei sugeriu o Márcio Corrêa, aquele cara magrelo com pinta de alemão que tocava numa banda bicho-grilo da cidade, a ‘Banda de Nêutrons’. O Márcio já era conhecido no meio, além de integrar a ‘Banda de Neutrons’ ( que era basicamente instrumental, com uma música do Márcio – Luzes da Cidade – transmitida num programa de TV ), o ‘Alemão’ participava da gravação de discos de vários cantores e grupos da cidade.
Fomos então num dia a noite lá na casa onde a ‘Banda de Nêutrons’ ensaiava, ou morava, sei lá... era um misto de remanescencia de Woodstock, com toques hippongos e um quê de ‘novos baianos’ jogados em colchões pelo chão. Fizemos o convite ao Márcio, mas na época, além de estar envolvido com o seu grupo, ele tinha que se dividir entre Floripa e Blumenau, e passou a bola para o outro tecladista da banda, o Alessandro Surco, um argentino boa praça que tentava a vida por aqui.
O Surco acabou gravando o disco conosco e nos acompanhou por um tempo. O Márcio sempre bom amigo, emprestou todo o seu equipamento para levarmos para Sampa. Um Mini Moog paleozóico com timbres ‘Rick Wakemanzisticos’ e um piano elétrico ‘Fender Rhodes’, que devia pesar uma tonelada.
Logo após a gravação, o Surco se mandou para a Argentina, e o Marcio, com a vida em ordem finalmente aceitou o novo convite do Volnei. E estava ele enquadrado como o novo integrante da Banda. Fez a excursão do disco e o especial da tv.
Aos pouquinhos o som da banda foi incorporando os toques progressivos do Márcio, e a influencia dele se deu notadamente em ‘Estrela Vadia’, do segundo disco e os posteriores.
Com seu jeitão desligado, brincalhão, velhaco ( as vezes ), mas muito bom amigo, Márcio se fez presente sempre na nossa vida, mesmo depois que a banda parou.
Há dois anos ele fez o possível e impossível para que uma provável reunião do grupo acontecesse. Infelizmente ele não pode esperar e teve que partir antes que esse show acontecesse.
Hoje é uma ausência presente na nossa vida. Mesmo não estando aqui conosco, vamos batalhar para que o tal ‘encontro’ aconteça. Ele merece.

sábado, 12 de maio de 2007

Essa é a História de um Sapinho Diferente




O Daniel tinha uma música chamada ‘Flodoardo’, que contava a pequena historia de um sapinho que fumava maconha e que terminava preso. Nasceu de uma brincadeira dele com uns amigos numa mesinha de bar ainda nos tempos de Lages.
Sempre tocávamos essa musica ( em estilo ‘countrizão’) desde os primeiros shows. Até então não tínhamos gravado nenhuma música e muito menos o disco, mas mesmo assim ela havia se tornado conhecida no meio ‘underground-musical’ de Floripa lá pelo ano de 1982 /83.
Ninguém tinha intenção de gravá-la, mesmo porque, havia a menção das palavras ‘maconha’ e ‘bronha’ na letra, e naqueles tempos dos LPs ( que já expliquei no outro post), o limite ideal de músicas por disco era de 40 minutos. Ninguém podia desperdiçar preciosos minutos com a musica de um sapinho boca-quente.
Eis que então de brincadeira tocamos para o Técnico de gravação ( o Paulo Farat ou o Cacá ), e eles simplesmente alucinaram com a letra: “Quê? Vocês tem que gravar essa musica aí!!”
Explicamos o problema da censura e eis que ele vem com um belo método pra lá de moderno para burlar os ouvidos da dona Solange da censura ( a big boss da ditadura da liberdade de expressão da época ).
O estúdio tinha um aparelhozinho chamado Vocoder, que acabou sendo muito utilizado nos futuros discos new waves que estavam surgindo. O aparelhozinho transformava a voz em algo robótico, ou parecido com um teclado. Então... as palavras malditas acabaram disfarçadas atrás de um ‘wahwahwahwha...’
Mas ainda haviam os malfadados minutos que não podíamos estrapolar, por isso, a música acabou editada em uns míseros 1 ou 2 minutos.

Mas a felicidade durou pouco. A Dona Solange da Censura não era burra e ... CRAU!!! Censurou a tal música!!!.A solução foi lacrar o disco, para evitar a ‘radiodifusão’ e para que os inocentes não lessem a letra no encarte. Como ninguém podia se dar ao luxo de fazer uma outra capa de plástico, mandamos confeccionar as pressas um selinho, com um desenho do Sapinho algemado, e com os dizeres: Flodoardo: proibido pela censura. Passamos a noite colando aqueles selinhos, um a um.

Meses depois, ao fazermos o especial ‘Nas Manhãs do Sul do Mundo’ pela RBS TV, com todos os clips do disco, nos deparamos com o mesmo problema. Como mostrar a música ao publico. Eu e o Clóvis Medeiros ( chargista da época ) fizemos um desenho animado ( um ‘flash’ paleozóico ) com a música de fundo utilisando apenas a trilha instrumental, sem os vocais.



Os shows continuaram normalmente sem a famosa censura, e Flodoardo até se tornou uma celebridade anfíbia naqueles inocentes anos.



Obs – Na reedição em CD, a versão’ normal’ vem como bônus, junto com a censurada


Paulo Back


quarta-feira, 9 de maio de 2007

A Foto da Capa




E voilá... a foto da capa do disco, e sua história.

Era lá pelo início dos anos 80. As rádios bombavam coisas como 14 bis, Boca Livre, Sá e Guarabyra.
Na inocência desses anos, em que todos nós sobrevivíamos sem computadores, ipods, celulares e cds, o Expresso ( então Rural ), estava prestes a gravar o seu primeiro LP ( sigla de Long-Play – aquela coisa preta, redonda, chata e com um furo no meio que tocava música ). Com estúdio marcado, todos afinados, ensaiados e entusiasmados. Fomos fazer a sessão de fotos do que seria a capa do disco ‘Nas Manhãs do Sul do Mundo’.
As gravações só começariam 2 semanas depois, mas tínhamos que correr contra o tempo para tentar lançar o disco antes do natal – era Setembro ou Outubro.
O Daniel tinha uma idéia clara para o disco. Como era Rural, inspirou-se na capa de um outro disco country-rock - Crosby, Stills, Nash & Young – para sugerir algo parecido. A banda sentada numa varanda de uma casa de madeira no estilo countrizão.
Não tínhamos tal casa country, mas arrumamos a varanda de algo parecido. E lá fomos lá com botas, chapéus, umas pistolas velhas e toda quinquilaria que tínhamos em casa. Fizemos cara de maus diante do Cesinha ( César Monteiro ), o fotógrafo, que veio com uma maquina esquisita que tirava umas fotos preto e branco. Não sei por que diabos tinha que ser essa máquina, mas ele insistiu que como era para impressão, tinha que ser e ponto final.
E lá estávamos nós.... Daniel, Zeca, Paulo, Marcos, Sérgio, Tairone....e......Volnei (?). Cadê o Volnei?. O homem não estava presente na foto.


Eis o porque:
Dois dias antes da famigerada sessão fotográfica, Volnei embarca para São Paulo para ajudar nas gravações do disco do 3° disco do Grupo Engenho e do Beto Mondadori, e simplesmente esquece do nosso compromisso. Contrariados, tiramos as fotos assim mesmo.
Uma semana depois, Volnei aparece, e meio que nos convence a fazer nova sessão de fotos, desta vez, com ele. E lá fomos nós de novo para a tal varanda com as tais botas, chapéus e apetrechos.
Só que nesse meio tempo, eu havia levado um senhor ‘tombo’ numa quadra de basquete e estava com a cara mais ralada do que um queijo suíço. Cheio de esparadrapos, fui lá assim mesmo. As fotos internas foram da primeira sessão, mas a da capa é algo como um Frankenstein.Missão cumprida e comprida, arrumamos as coisas, ansiosos e esperançosos, loucos para entrar no estúdio, cuja gravação começaria uma ou duas semanas depois. O nosso tão aguardado disco de Rock Rural.
Era 1983 e na volta de carro, a rádio tocava ‘Por que não eu?’, do Kid Abelha e os Abóboras Selvagens. Os tempos estavam mudando.


Paulo Back


Veja o vídeo de Nas Manhãs do Sul do Mundo http://www.youtube.com/watch?v=wlhiyp09wMk