Coisas novas e do baú para quem curte e curtiu o som do grupo de SC

domingo, 22 de julho de 2007

domingo, 15 de julho de 2007

Um.. Dois... Gravando 'Nas Manhãs'


E lá fomos nós pra São Paulo para gravar o tão sonhado disco.Tempos aqueles que o único estúdio decente da região sul ficava em Porto Alegre, e nem era tão poderoso assim. Pra gravar alguma coisa de qualidade, só em Sampa ( estamos em 1983, ninguém tinha computador em casa e muito menos programinhas de áudio ).
Final de inverno chegamos numa manhã fria depois daquelas 12 horas fatídicas dentro de um busungo da Itapemirim. Cheios de tralhas, baixo, guitarra, pratos, pedais debaixo do braço, saltando na Rodoviária do Tietê, espremidos em um táxi e finalmente meio que perdidos em plena Teodoro Sampaio até acharmos aquele hotelzinho que nem vale a pena descrever... Summer Hotel... que de veranil não tinha nada. O dono era um portugues, que nos acordava com uns 'pedrinho'.. 'pedrinho'...
O Estúdio ficava perto, dava para ir a pé, mas com aquele monte de instrumentos, não era tão perto assim. O Famoso Vice-Versa. Estúdio da dupla Sá e Guarabyra ( ou de só um dos dois, nunca sei ). Lá gravaram muita gente de peso, e pelo que sei, ou não existe mais, ou saiu daquela região.Era um mundo inexplorado. UAHHHH. Que qualidade. Aquela mesa enorme de gravação de dezesseis canais.. era o céu naquele ambiente oitentista. Já havíamos gravado demos de todas as músicas e ensaiado a exaustão tintim por tintim.
Naquelas semanas ocorrera uma invasão de músicos e grupos de floripa gravando lá. Já havia passado o Engenho e o Beto Mondadori estava finalizando o seu segundo disco. Então, a primeira gravação nossa foram uns vocais para o disco do Beto, numa música que nunca saiu.
Liberado o estúdio, chegou a nossa vez. A gravação das bases não foi muito difícil, mas as ´firulas´como os vocais, é que demoraram mais. O Cacá, o técnico do Estúdio, era na época um Deus do conhecimento, um cara maduro e profissional. Olhando as fotos hoje, o homem não passava de um guri. Ele sofreu na nossa mão, o coitado.. pela inexperiência e pelas sacanagens. Havia o Paulo Farat, que gravou e mixou um tanto do disco também. Este aí, grande cara... nos levou a vários shows e continua nosso amigo até hoje.
Havia um porteiro no estúdio que era um sarro. Apelidado apenas de ‘Capi’.. um ne.. ops, um afro-brasileiro que falava tão enrolado que ninguém entendia lhufas. Certa vez chegamos tarde, pulamos o portão e o cara quase pulou em cima da gente, esbravejando como um buldogue com raiva. O cara dava medo.
Foram-se dias felizes, ver todo o trabalho se concretizando naquelas pistas das fitas de rolo enooormes, de 16 canais. Uma trabalheira para gravar, e mais uma trabalheira para mixar.
Na esquina do estúdio tinha uma padaria, lá íamos matar o bode da fome, e muitas vezes depois da gravação, de madruga íamos em outro boteco ali pertinho pra comer misto quente. Lá presenciamos várias cenas cômicas. Certa vez duas mulheres caíram de pau. Uma foi levantar uma cadeira, e de tão bêbada, foi pro chão com a cadeira e tudo. Rimos tanto que a desconcertada foi embora. Huahua.
Sui generis foi um convite que recebemos num final de semana, entre os dias de gravação. Tocar num grande show para uma platéia especial lá em Sampa. E lá fomos nós... de metrô, carregados de intrumentos. O show: Na penitenciária de Carandirú... e a plateía especial: os presidiários. É verdade. Pelo menos ninguém se levantou para ir embora.
Conforme a banda ia gravando, os integrantes iam indo e vindo. O Marquinhos foi o primeiro a voltar, gravou a batera e voltou pra Floripa. Tairone chegou mais tarde para gravar o sax. O Márcio naquela época não tocava conosco, e quem fez os teclados foi o Surco, com toda aquela parafernália de Krumar, moogs, fender Rhodes... ..Serginho que era paulistano, estava sempre lá para tocar as flautas e nos levar pra cima e pra baixo no seu carro..
Contratamos alguns músicos. Conhecemos um grupo de Contry legítimo tocando no Shopping Eldorado ( o the best da época ) - O 'Hillbilly'. O cara do Banjo, Paulo Costa, tocou no disco, assim como no seguinte ( Certos Amigos ), acabamos fazendo amizade e ele veio algumas vezes para cá. Um outro cara do Hillbilly, Paul Headwood tocou violino, um percussionista - Bosco que só bebia ( ouvíamos os glubs glubs no microfone ) fez os batuques. Mais um cara que havia terminado de gravar o seu disco andava por lá e acabou fazendo o solo do ‘Hot Dog’, entre mil e um pitacos.
Das 13 músicas deixamos uma de fora – Além do Porto ( que seria regravada no disco de 93 ), com a base toda gravada, mas que por falta de espaço, não entrou no disco. Flodoardo entrou na última hora.No final, ficamos nós.. Zeca, Volnei, Daniel, Paulo para os vocais e na mixagem só dois, varando as noites a base de Reativan para terminar o disco no prazo.
De volta a Floripa, recebemos a notícia que o disco havia sido censurado.. pelo menos uma música - a mesma do sapinho Flodoardo, daí foi aquela correria pra lacrar as cópias na última hora.
Mas aí já é outra história.
Ouça a versão de 1983 de Além do Porto e veja as fotos da gravação do disco:
http://www.youtube.com/watch?v=7aY8CGtl2-I

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Vinte e Tantos anos depois...

De 'Nas Manhãs do Sul do Mundo' o antigo Expresso... o Rural se encontrou. Planos? Muitos!
Pintou uma canja no Show da Louise Lucena, com quase todo mundo, mas nas reuniões reais e virtuais o pessoal tá tramando pelo menos uns shows de comemoração, no CIC, no interior, na casa de alguém. O futuro é incerto, mas a vontade é grande. A coisa vai engrenar.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Hoje eu tô triste pescador.....


Essa fotita aí é de um show na Barra da Lagoa, em 1983, dos muitos que pintaram por aquelas bandas cheias de 'ói-ói-óis', 'tax tôlo'. Festa da Tainha foram muitas, inclusive uma que tinha de tudo, menos taínha. De início, debaixo das asas do 'Grupo Engenho' com a sua barra da Lagoa ( Hoje eu to triste pescador, perdi o meu amigo tião.. ).

Essa música era do Neco, outro músico da Ilha. Ele chegou a gravar um compacto duplo, e a RBS ( que na época era catarinense ) lá por 82. A TV ia fazer um especial com ele, e até íamos participar. Ensaiamos com ele uma música chamada 'Poleiro dos Anjos', Fizemos um arranjo bem doido, mas na hora o projeto do especial naufragou e a música também.

O Engenho abriu as portas para os grupos catarinenses, e quando era possível, tocavamos em vários shows, quando não, nos encontravamos em algumas festas. Nessas, era comum o Daniel e o Cristaldo fazerem um duelo repentista, claro que nessas alturas ambos já estavam mais para lá do que para cá.

Tés!!