Coisas novas e do baú para quem curte e curtiu o som do grupo de SC

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Márcio




De início o Expresso ( ainda Rural ) não tinha tecladista. Quando havia algum piano no palco a linha de frente se revezava para tocar uma ou outra música com elei.
Na proximidade da gravação do primeiro disco, ‘Nas Manhãs do Sul do Mundo’, um tecladista tornou-se fundamental. Foi então que o Volnei sugeriu o Márcio Corrêa, aquele cara magrelo com pinta de alemão que tocava numa banda bicho-grilo da cidade, a ‘Banda de Nêutrons’. O Márcio já era conhecido no meio, além de integrar a ‘Banda de Neutrons’ ( que era basicamente instrumental, com uma música do Márcio – Luzes da Cidade – transmitida num programa de TV ), o ‘Alemão’ participava da gravação de discos de vários cantores e grupos da cidade.
Fomos então num dia a noite lá na casa onde a ‘Banda de Nêutrons’ ensaiava, ou morava, sei lá... era um misto de remanescencia de Woodstock, com toques hippongos e um quê de ‘novos baianos’ jogados em colchões pelo chão. Fizemos o convite ao Márcio, mas na época, além de estar envolvido com o seu grupo, ele tinha que se dividir entre Floripa e Blumenau, e passou a bola para o outro tecladista da banda, o Alessandro Surco, um argentino boa praça que tentava a vida por aqui.
O Surco acabou gravando o disco conosco e nos acompanhou por um tempo. O Márcio sempre bom amigo, emprestou todo o seu equipamento para levarmos para Sampa. Um Mini Moog paleozóico com timbres ‘Rick Wakemanzisticos’ e um piano elétrico ‘Fender Rhodes’, que devia pesar uma tonelada.
Logo após a gravação, o Surco se mandou para a Argentina, e o Marcio, com a vida em ordem finalmente aceitou o novo convite do Volnei. E estava ele enquadrado como o novo integrante da Banda. Fez a excursão do disco e o especial da tv.
Aos pouquinhos o som da banda foi incorporando os toques progressivos do Márcio, e a influencia dele se deu notadamente em ‘Estrela Vadia’, do segundo disco e os posteriores.
Com seu jeitão desligado, brincalhão, velhaco ( as vezes ), mas muito bom amigo, Márcio se fez presente sempre na nossa vida, mesmo depois que a banda parou.
Há dois anos ele fez o possível e impossível para que uma provável reunião do grupo acontecesse. Infelizmente ele não pode esperar e teve que partir antes que esse show acontecesse.
Hoje é uma ausência presente na nossa vida. Mesmo não estando aqui conosco, vamos batalhar para que o tal ‘encontro’ aconteça. Ele merece.

2 comentários:

ninelisa disse...

É Paulo, não é fácil lidar com essa ausência constante, pra nós os fãs do Expresso, que nem temos tanta intimidade assim com todos os integrantes, imagina vocês que compartilhavam suas vidas?
Mas pelo que pude ler de você e da Anna sobre o "Malcio", tenho certeza que ele está conosco e, particulamente, torço pra ver esse dia chegar, tenho certeza absoluta que ele vai estar no palco!!

Beijo!

GenLie disse...

Eu sou um anonimo mas quero registrar aqui que conheci o Marcio em Blumenau em 75 e fomos grandes amigos...Ele era iniciante ainda e tocava numa banda chamada "Bananeira" regida por Roy Kellermann (in memoriam)...eu trabalhava numa emissora de radio e tbem era músico (nao com ekes)
Enfim grandes amigos . sempre nos ensaios deles eu.....grato.