Integrantes originais fizeram show histórico no CIC
Estive na quarta-feira em Florianópolis para assistir a primeira apresentação do grupo Expresso Rural em 15 anos. O show que era para ser único, já tem novas datas agendadas. Dia 04 em Lages, dia 2á tem novas datas agendadas. Dia 04 em Lages, dia 25 volta para o CIC na capital e dia 06 de novembro, ainda não confirmado, um show no Teatro de Itajaí.
Bom, mas a noite mesmo era de emoção e reencontro. Cheguei cedo. Peguei meu convite e fiquei na porta do CIC observando a movimentação dos 960 felizardos que lotaram o teatro. Sozinho num canto, vi gente de meia idade, entre 40 e 50 anos, chegando no teatro e se emocionando ao reencontrar amigos que em épocas áureas do Expresso, agitavam a cena musical catarinense. Alguns encontros eram básicos, gente que mora na mesma cidade e se vê de vez em quando, porém haviam encontros de décadas, gente que se emocionava antes mesmo de subir a rampa para o teatro. Ali eu já imaginei que a coisa seria boa na frente do palco. Subi e da poltrona 32 na fila 14, portanto na fileira do meio, testemunhei a volta honrosa e emocionante de Daniel Lucena, Volnei Varaschin, Paulo Back e Zeca Petry. As luzes se apagam e a platéia em delírio assiste a um vídeo projetado no fundo do palco. Eram imagens antigas da banda ao som de “Revoada”. Com o vídeo finalizado é a vez da banda dedilhar “Sol de Sonrisal”, deixando o público ainda anestesiado, praticamente não acreditando que a turma do Expresso Rural estava no palco, depois de tanto tempo.
Já na terceira música, os integrantes originais da banda, não agüentavam tanta emoção. O choro copioso era normal e a platéia também estava emocionada. Enfim, esse texto pode ser uma total babação de ovo, porém é muito válido ressaltar que, quem é do interior como eu, cresceu ouvindo no rádio e na telinha da RBSTV, as belas imagens campeanas dos clipes do Expresso, não há como negar, para mim, os anos 80 foram extremamente bucólicos e mesmo pequeno, eu percebia nos adultos que músicas do disco “Nas Manhãs do Sul do Mundo”, pareciam uma grande vacina para o sofrimento pós enchentes de 1983 e 84. No período curto que a banda teve de relativo sucesso, o Expresso conseguiu produzir discos que trouxeram para a música pop catarinense, excelentes canções que se eternizaram. Das clássicas, “Rock Rural” levantou o público.
Outra canção clássica da banda, “Certos Amigos”, é muito interpretada por corais e músicos de SC e com ela o primeiro momento de extrema emoção. Com “Certos Amigos” o guitarrista Zeca Petry simplesmente para de tocar, tamanha a emoção. O público ajudou muito nesta emoção, pois o que vi na quarta-feira no teatro do CIC, foi importante para a música pop do Estado, afinal, os tiozinhos do Expresso são percussores dessa porra toda aqui em SC.
A execução de clássicos se estendeu até “Nas Manhãs do Sul do Mundo”, faixa título do disco de 1983 e a surpresa ficou por conta de Marcos Ghiorzi, baterista original da banda e que não estava programado a sua chegada. Com aquela cara de que acabou de sair do avião, Marcos assumiu as baquetas ainda que enferrujado, porém esquecer de tantos anos de boas músicas não é fácil. Com Ghiorzi nas baquetas a banda estava quase completa. Quase, a banda repetiu “Certos Amigos” e homenageou o pianista Márcio Corrêa, outro integrante original do Expresso, mas que faleceu em 2006. Com a imagem de Márcio no telão e com uma iluminação especial no teclado solitário que estava lá desde o início do show, mas que não foi tocado uma hora sequer, a banda tocou “Certos Amigos” e dedicou para o colega. A emoção contagiante da banda pegou o público de surpresa.
Eu já vi vários shows bons de artistas de renome, entretanto eu jamais tinha visto uma platéia tão envolvida com cinco caras da região serrana que faziam música, música boa. Empolgados e ainda emocionados, tocaram novamente “Som de Sonrisal” e “Rock Rural”. O show foi finalizado com “Frodoardo”, música censurada do disco de 1983, por falar de um sapinho safado que só fumava maconha.
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